sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mulher Invisivel

Minha manha foi de observação. Não muito boas e tb boas. Fui fazer um exame, chegando lá, e na recepção várias botões para a senha. Braille nem em sonho. Consegui ver uma que dizia exames agendados, peguei. Fui me informar a respeito, estava certo. Embora eu poderia ter pego a prioridade. Precisava tomar mais água para o exame e tb pedi informação. Pois para meus olhos os copos estavam presos, não achei como solta los. Então eu ouvi: alí senhora, eu consegui perceber que ele indicava com a mão. Eu:! Onde? ele! alí!, ali! naquele momento tive vontade de dar uma bengalada na sua mão ou quem sabe na sua cabeça. Pô! a Duda estava na minha mão. Hehehe me ocorreu agora que a Duda tb é invisível. Pessoas paciente me ajudaram. O dito cujo não saiu do seu curral, digo cercado. Segundo ato: todos sentados aguardando serem chamados pelo painel, inclusive eu, com a bexinha estourando, foi então que veio uma moça toda educada com as pessoas, perguntando e olhando seu pedidos para  certificar que estavam correto. Pasmem! 4 pessoas a minha esquerda e mais 5 a direita. Ela veio uma a uma, me pulou e continuou. Fiquei vendo navios, devo ser invisível! ou quem sabe cega não faz exame, ou até não é gente. Reparei que ela passou por todos sentados, menos eu. Hehehe! não deixei barato, quando do meu atendimento perguntei com educação a atendente se ela estava me vendo?. Sim senhora!, é que sua colega olhou todas os exames de me pulou. Eu disse: até pensei que já estava desencarnada e não tinha me dado conta. Ela deu um risinho amarelo e enrolou e me atendeu e me deu atenção devida, me levou até a outra sala. Embora tenha dito antes é alí. Olhei firme e séria, aí ela já lhe levo. Ok Obrigada. Na outra sala não foi diferente, disseram que já seria atendida. Não teve jeito tive que esvaziar um pouco a bexiga. O bom foi a delicadeza educação do médico. Valeu! Há! essa clínica é chique viu! O meu questionamente é que sempre somos ponto de referencia. Tá vendo aquela cega! então vire lá, pelo menos era o que sempre achei. Acho que eu e a Duda já nos tornamos tão intimas que as pessoas não nos percebem. Hum! mas nem tudo está perdido as pessoas na rua ainda são muito educadas,  me oferendo ajuda. ´É, acho que estou mal acostumada pois quero ser bem atendida. Afinal mereço! Há! isso mesmo mereço. Beijos 
Bel Talarico

sábado, 7 de maio de 2011

Quer um cafézinho?

Uma imagem com toalha verde escuro e folhas verde claro, em cima da mesa uma xícara pequena branca com o pires e uma colher de café no pires. A xícara está com o delicioso cafèzínho nosso de cada dia. Que nós brasileiros gostamos muito, bem quentinho fica ainda melhor, agora com o frio. Após esta descrição da foto para meus amigos invisuais, sigo a postagem. Após minha caminhada hoje pela manha, parei em um loja comprar algum coisa para o lar. Esta loja faz parte de uma que faço uso, nela temos muitas coisas para o lar. Na entrada tem uma mesa onde oferecem café aos clientes. O café  é self service e eu gosto muito do cafezinho que fazem. Sou bem cara de pau e dependendo da hora eu pergunto se é fresquinho, pois não gosto de café parado na garrafa térmica por muito tempo. Hoje entrei já de zóião e vi que a garrafa não estava, após a compra lá estava ela com os copinhos esperando pelos clientes. Bom! fui atendida com todo carinho, que sempre sou me despedi e fui em direção a saída. Mas antes parei em frente o cafézinho. Daí ficou engraçado, pois como não visualizo de primeira nem pelo periférico fiquei em frente como que admirando ou rezando para a garrafa. Na verdade eu estava visualizando da minha maneira, que é mapeando do começo meio e fim, ver tudo primeiro e depois me aproximar para poder tocar e pegar. Esse processo para pessoas com visão normal é rápido, para mim não. Mas não demorou muito ouvi a atendente me perguntar quer um cafezinho? Bom! para mim era lógico, senão o que eu estaria fazendo em frente a mesa. Deixa que lhe sirvo? agradeci, conversamos, disse que gosto do café deles. Ela me disse que foi um rapaz, falou o nome dele! e eu naquela de besta disse aquele jargão. Ele já pode casar!heheh. Saí dali sorrindo e com a boca com gosto de café. Gosto do café, mas não gosto o depois do café na boca. Esquisito né? pois é ser humano é assim esquisito com suas manias. Seguindo minha caminhada de tartaruga, pensei como tudo ficou lento, nada mais é no tempo normal, ainda bem que aqui sempre temos pessoas que se dispõem em nos ajudar. Eu aceito sem constrangimento! agora. Fiquem com Deus. E tomem seu cafézinho, degustando gole por gole sem pressa.

domingo, 1 de maio de 2011

Hora do Lanche!

Mais uma observação,  penso que refleti de acordo. Reparei que nós deficientes visuais estamos sempre com o pão nosso de cada dia, nas nossas mochilas. Eu até comprei um porta lanche de pão de forma, acho que vou comprar uma lancheira, aquela de nossa infância! Lembram? hehehe  Bom! mas o certo é que pensava sempre, eles estão sempre comendo etc. Daí! eu meio tonta, reparando isso, ficava sem me alimentar. Porque? porque? porque com a deficiência eu não posso sair faceira a qualquer hora e lugar a comprar meu alimento. Fiquei várias vezes com fome, de olho comprido no dos outros! hehehe. Até que comecei a levar o meu e um pouquinho mais para oferecer. Eles não oferecem! deve ser  porque não vêem que tem alguém perto! e oferecer para o santo! só pinga né. Bom! com isso constatei pela experiência, não vemos direito, outros não vêem nada, diante dessas dificuldades devemos trazer com a gente nosso próprio lanche. Ficar dependendo de outros videntes não dá. Confessando a voces, no início eu pensava que gente comilona, além de cegos, gulosos. Olhem bem! nunca disse isso a ninguém, pois sentia vergonha desse meu pensamento, hoje sei que era ignorância minha. O que quero passar a voces, a mim em primeiro é que tudo tem um objetivo, nada é por acaso. Cada um de nós vai se adaptando com a vida, com as situações para podermos seguir da melhor maneira possível. Pois a vida segue, comigo com pouca visão, com os cegos, cadeirantes, surdos etc. Deus nos deu a inteligencia onde podemos nos adaptar. Hoje carrego nas costas, meus jantar, lanche etc. hehehe sem reclamar. Com carinho, amor e consciencia de minhas limitações. E sou Feliz com o posso ver. Aproveito muito bem minha visão, cuido mais ainda dos meus olhos abençoados por Deus. Fiquem com Deus.
Beijos Bel Talarico